Conheça outras especialidades que estão além dos centros urbanos
Cuidar de animais é uma missão e tanto. Um médico veterinário tem em suas mãos o compromisso de entender os sintomas de um ser vivo que não consegue manifestar o que está sentindo por meio da fala.
Essa sensibilidade é extremamente importante, principalmente quando se trata de uma espécie mais exótica, com características distintas dos mamíferos, como cães e gatos, em que o número de atendimentos é superior nas cidades.
Os veterinários especialistas em cuidar de animais silvestres estão propensos a lidar com diferentes situações, como bichos agressivos, arredios e que tenham necessidades muito específicas.
Além disso, a especialidade ajuda no combate de doenças infecciosas que podem colocar em risco toda uma espécie ou até mesmo os seres humanos.
Ele também auxilia no processo de controle de uma comunidade de animais que possa estar se reproduzindo rapidamente, mexendo com a cadeia alimentar local.
Separamos alguns pontos de atuação dos profissionais que escolhem enveredar por este meio, para que você conheça um pouco mais sobre o dia a dia nesta área.
Zoológicos
Muitos animais chegam aos zoológicos tendo sido resgatados de circos, cativeiros ilegais e laboratórios de testagem de produtos diversos, dos quais tornaram-se parte após serem arrancados de seu habitat natural.
O veterinário, nesses casos, trata esses pacientes e cuida do processo de reabilitação, para que possam viver novamente em grupo.
Dependendo da situação, os bichos podem voltar para a natureza ou passam a viver no zoológico para seguir recebendo cuidados.
Áreas de preservação
Em algumas zonas protegidas, sobretudo mais distantes de centros urbanos, o papel deste profissional é fundamental.
Diversos biomas sofrem com as ações humanas, como queimadas e desmatamento para a extração de madeira, criação de monoculturas e pecuária.
Esse processo, no entanto, não afeta apenas a flora, mas a fauna, haja vista que os animais precisam se locomover e buscar novos abrigos, tendo de habitar um local para o qual não cabia, podendo não se adaptar ou até servir de presa.
Além disso, muitos animais acabam machucados e precisando de cuidados urgentes, principalmente aqueles que estão ameaçados de extinção. É então que entra em cena o veterinário.
Ele precisa estudar não só as características da espécie cuidada, mas os aspectos do local para entender a relação do animal com o ambiente. Dessa forma é que ele compreenderá o que será necessário para o tratamento.
Veja, por exemplo, a lontra, que vem sendo ameaçada de extinção em todo o mundo. Ainda que seja bastante fofa, não é um tipo de animal dócil. Ela tem necessidades especiais e precisa de vacinas específicas.
Seu comportamento frente a humanos pode ser bastante agressivo e ela precisa estar próxima a rios, por ser um animal semiaquático. Com as ações antrópicas, podem acabar doentes, tornando o papel da preservação fundamental.
Aquários e criadouros
Alguns animais acabam nascendo em famílias que foram arrancadas de seu habitat natural e, por isso, acabam nunca tendo convivido com a natureza e demais espécies, não sabendo caçar, tampouco desenvolvendo mecanismos de defesa.
Os aquários e criadouros, bem como os zoológicos, também ajudarão no processo de familiarização em relação às demais espécies, porque tratarão de ensinar esse animal a viver em grupo.
Há casos em que, por uma questão de sobrevivência do animal, ele seguirá vivendo nesses centros de tratamento, para que não corra o risco de adoecer ou não se adaptar à natureza, por nunca ter vivido essa liberdade.
Quem consegue fazer as avaliações e entender essas necessidades é, também, o veterinário especializado em animais silvestres.
Prevenção de doenças
Existem muitas doenças que podem afetar a humanidade vindas de diferentes espécies animais.
Atualmente, iniciou-se uma luta contra a varíola do macaco, chamada de Monkeypox, que já tem casos comprovados em humanos no Brasil.
O veterinário atua cuidando de animais que possam estar infectados, principalmente, porque há espécies que são assintomáticas, mas capazes de transmitir. Este profissional auxiliará no tratamento para controlar e evitar que a doença se espalhe.
No caso dos animais silvestres, como eles não têm um dono que possa cuidar e levar ao veterinário, acabam por necessitar ainda mais de um veterinário que esteja de prontidão, pois na natureza, a chance da doença viralizar é ainda maior.
Optar por cuidar desses animais é não só proteger sua saúde, mas defender sua existência e seu direito à vida, num local propício, dentro de seu habitat. É um verdadeiro compromisso com a fauna.
Deixe um comentário